A baía do Seixal é um espectáculo. E não faltam lugares de camarote para apreciá-lo – de cima, à beira-rio ou sobre a água. Eis um roteiro para tirar partido da zona histórica do Seixal, com passeios, comidas, bebidas e poisos para vários apetites e horas do dia.

A Ponte da Fraternidade é o ponto de partida. O percurso estende-se dali para norte, por quatro quilómetros até ao Jardim da Praça dos Mártires da Liberdade. A pé ou de bicicleta, o caminho, que se desenha pelo meio de uma zona verde, vai oferecendo locais de paragem e descanso, bem como circuitos de manutenção para quem procura fazer exercício físico à beira-rio.

A Baía do Seixal renasceu em 2016, resultado de um projecto ambicioso de transformar a zona ribeirinha num espaço para todos, com actividades ligadas ao património náutico do concelho. Apertou-se o cerco ao trânsito, as avenidas deram lugar a percursos pedonais, ciclovias e espaços verdes, ligaram-se as margens da Amora e do Seixal e a Baía acordou para a vida.

Com a mudança vieram novos negócios que se quiseram colocar na linha da frente do rio, outros de outros tempos que ganharam freguesia, mas veio, sobretudo, uma nova forma de vida. As pessoas passaram a querer estar mais tempo fora de casa e a usufruir dos espaços urbanos com outra leveza. Com prazer. Bem-vindos à Baía do Seixal, um paraíso à beira-Tejo que não pára de se reinventar.

1. VIAGEM PELO CENTRO HISTÓRICO

Já teve vários nomes. Em tempos foi conhecida como Parque dos Patos, por dar casa a estas aves, ou Jardim das Noivas, por ser tantas vezes eleito como cenário para álbuns de casamento. A actual Praça dos Mártires da Liberdade é um dos locais favoritos dos seixalenses para passear pela baía. Fica junto ao rio e conta com zona de relvado, quiosque e parque infantil, e dá morada à Associação Náutica do Seixal, que vigia a baía durante o dia.

Num dos cantos, abre uma entrada que o liga à Praia do Seixal, também conhecida como Praia do Ti João, por ser cuidada e limpa por esta figura emblemática do concelho. Não está classificada como zona de banhos, mas exibe alguns chapéus de palha que garantem a sombra a quem prefere aproveitar a vista para a baía de pé na areia. Há chuveiros à saída para passar os pés por água.

Na rua de trás, as fachadas antigas, forradas a azulejos que desenham padrões coloridos, exibem flores nas varandas e roupa nos estendais. Desde a Praça Luís de Camões ao Largo da Igreja, ouvem-se vizinhos que convivem à janela, interrompidos pelo aceno de alguém que passa na rua. Na praça, aparece discreto o fontanário de azulejo, que, sendo pouco referenciado, é um dos rostos da zona histórica do Seixal e cumpre a nobre função de servir de encosto a quem pára para trocar dois dedos de conversa. Antes de chegar à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1728, a rua estreita para depois abrir num largo amplo de onde se vê uma faixa da baía lá ao fundo.


2. PARAGENS OBRIGATÓRIAS À BEIRA-RIO

A fragata em ruína encostada ao Núcleo Naval do Ecomuseu (Avenida da República, 4, Arrentela. 212 276 700), à beira-rio, podia ser incómoda do ponto de vista urbanístico, por ser a carcaça de um barco que parece abandonado, mas como faz parte da história da baía há pelo menos 40 anos, já é válido dizer que é quase um monumento. Sobretudo para quem consegue vislumbrar beleza na decadência. Chamava-se Cravidão, tinha 24 metros de comprimento e chegou a transportar 117 toneladas de carga para o Seixal. Imponente e muitíssimo fotogénica, a fragata é de paragem obrigatória – nem que seja só pela fotografia da praxe.

Uns metros à frente, do outro lado da estrada, começa a surgir o enorme muro branco que anuncia a Quinta da Fidalga, tesouro patrimonial do concelho datado do século XV, que reúne no seu interior um jardim francês com arbustos desenhados, e uma colecção de azulejos de várias épocas que foram encontrados na quinta e que o arquitecto Raul Lino incluiu na decoração de exteriores. A entrada é gratuita e há visitas guiadas regulares organizadas pela Câmara Municipal (Avenida da República, Arrentela. 212 275 637).

Depois do passeio, vai saber bem parar no Tapas ao Rio, uma casa de petiscos modernos que abriu em 2017 no espaço da quinta.

Daqui até à Mundet são rigorosamente sete minutos a pedalar – o trajecto faz-se bem de bicicleta e tem a vantagem de ser sempre à beira-rio, em piso adequado, numa ciclovia como deve ser. A passo, será coisa para 10 minutos de caminhada. Chegando lá, basta subir pela praça do terreno da Mundet, passar o anfiteatro natural e subir. Subir, passando o pomar e o olival e a zona de piqueniques, até chegar ao ponto mais alto, 28 metros acima do nível do mar, que tem um varandim debruçado sobre a baía.

Haverá sempre quem diga que a melhor vista é no sítio X ou no Y, mas, dê o mundo as voltas que der, é no Parque Urbano do Seixal, requalificado em 2019, que se consegue a panorâmica mais alargada da zona ribeirinha e de Lisboa. Ponto final. Mesmo em dias de sol e calor, é recomendável um agasalho, que o vento lá em cima pode ser inclemente.


Restaurante Lisboa à Vista, Seixal

3. VOLTA À BAÍA EM RESTAURANTES

Junto ao rio, em cima do rio, em fábrica antigas, nas grelhas, no pão e no prato, entre saxofones e trompetes, na Baía do Seixal os sabores misturam-se, os garfos ensaiam-se e cabe a quem passa decidir: o que apetece hoje?

Depois da Ponte da Fraternidade, entra-se na baía e 500 metros adiante, dá-se com a Hamburgueria do Rio (Avenida da República, 43, Arrentela. 215900071. Preço médio: 10€). Tem esplanada virada para a água e é uma boa escolha para quem gosta de hambúrgueres caseiros. Na ementa as opções têm nome de rios portugueses. O Mondego leva novilho, alface, tomate, queijo Serra, cebola frita e molho de mostarda e mel. Já o Tejo, que enche a baía, aqui é enchido com novilho, rúcula, presunto, cebolada, ovo estrelado, manteiga de alho e salsa, e molho à portuguesa.

Se o estômago pedir outra coisa, segue-se pela baía à procura de outros poisos. Antes de entrar na zona histórica, ancorado no rio, está um cacilheiro que dá pelo nome de Lisboa à Vista (Praça 1º de Maio, Seixal. 913134711. Preço médio: 25€). Hoje é restaurante, mas nem sempre foi esse o seu ofício, nem o seu nome. A embarcação, construída na Alemanha há quase um século (96 anos, a bem do rigor) e baptizada originalmente como Nymphe, veio para Portugal e passou a chamar-se Rio Tejo Segundo. Chegou em 1931 com o propósito que manteve até 1983: transportar passageiros entre as margens do rio. Viu a construção da ponte, fez parte do cortejo de recepção à Rainha Isabel II, mudou de mãos com a nacionalização após o 25 de Abril, acompanhou os tempos quando lhe mudaram o motor a vapor para um diesel, e em 1994, prestes a ser desmontado e vendido por peças, foi convertido em barco-restaurante.

O Lisboa à Vista serve comida tradicional portuguesa, com um foco especial no bacalhau. Também há polvo na brasa com batata a murro, mexilhões de cebolada, bacalhau com crosta de broa de milho e coentros. O gerente, Paulo Torres, acautela, “Este é o único sítio onde as pessoas têm sempre desculpa. Bebam um, nenhum ou vários copos de vinho, o barco vai sempre abanar.” E ainda bem, porque na garrafeira há várias opções para acompanhar a refeição. Ao todo, o barco tem quatro pisos, sendo o último ao ar livre e funciona apenas como bar, com uma das vistas mais privilegiadas sobre o Tejo.

Do outro lado da estrada, na antiga Fábrica de Cortiça da Mundet, está o restaurante (Praça 1º de Maio, Seixal. 212425840. Preço médio: 20€) que lhe guardou o nome e a história. A cozinha, entregue ao chef João Macedo, aposta em pratos que sugerem uma viagem gastronómica por diferentes latitudes de sabor: caril de gambas à goesa, tacos al pastor, bitoques, magret de pato. Por exemplo. Dentro do Mundet, alguns traços da antiga fábrica ganham hoje uma nova vida, como os cacifos dos operários, que servem agora como armário de talheres na sala do restaurante. O tecto feito em cortiça é mais um dos apontamentos que tornam este espaço acolhedor. A esplanada, alguns metros acima do passeio, permite uma vista limpa sobre o rio. À sexta-feira e ao sábado acolhe música ao vivo, com uma mesa de DJ e festas ao pôr-do-sol. Para beber, as sugestões escrevem-se na carta de cocktails de autor que apresenta opções como o cartel de los muertos, servido num copo com o formato de uma caveira, ou o Mundet garden II, que é apresentado num tronco de cortiça.

Se o plano pedir outro ritmo, continua-se o passeio, pela Rua Paiva Coelho, e, chegados ao número 35, aparece o JazzComia (Rua Paiva Coelho, 35, Seixal. 218032176. Preço médio: 15€), restaurante que serve pratos portugueses de várias regiões, como francesinhas, bolinhas de alheira, pica-pau e o rebuçado de Lamego, com alheira de Mirandela, pinhões e maçã-verde, envolvido numa massa estaladiça, acompanhado de pêra bêbeda e arroz aromatizado. A refeição é acompanhada de jazz ao vivo, sendo por isso natural a presença de um palco sempre pronto, com saxofone, bateria, trompete e guitarra. Já por aqui passaram alguns nomes sonantes do repertório nacional e internacional do género, como Bruno Margalho, Luís António Gomes e  Micheline Cardoso.

Viajar pelos sabores do mundo

Se o apetite não pedir sabores portugueses e o espírito viajante, no desespero dos tempos, tomar conta da situação, a resposta está na zona histórica do Seixal, que concentra opções japonesas, italianas e mexicanas praticamente na mesma praça.

Mal se entra na Praça da República, vindo da Rua Paiva Coelho, a primeira esplanada à direita é a do Miyagi (Praça da República, 20, Seixal. 936446969. Preço médio: 20€), o restaurante japonês que, como qualquer pessoa que tenha crescido nos anos 1980, tem boas referências do icónico Karate Kid. Na ementa, o filme de John Avildsen dá nome à secção dos miúdos e as opções dos graúdos compõem-se com ramen, bao, noodles, donburi e alguns pratos servidos em base de arroz, como o teriyaki de salmão. Na praça, o Miyagi exibe uma esplanada com vista para o rio.

Na porta ao lado, está a Massaria da Vila (Praça da República, 5, Seixal. 212223437. Preço médio: 20€), que divide a praça com o Miyagi. Aqui o assunto são, como sugere o nome, massas à moda italiana, como spago alla carbonara ou lasagna rústica emiliana. Na ementa há ainda saladas, tríade de bruschette para entrada, e pratos resultantes de fusões gastronómicas, como a tagliatella de choco à Algarvia.

Seguindo a Rua Paiva Coelho, assim que se passa a Praça da República, encontra-se uma fachada colorida, em tons de laranja forte e beterraba, com imagens alusivas ao México. Trata-se da porta do Los Amigos (Rua Paiva Coelho, 92, Seixal), que abriu no final do Verão de 2021. Pertence aos proprietários do 100 Peneiras e da Acqua Seixal, e surge da vontade de trazer salero ao panorama gastronómico do Seixal com uma cozinha que os apaixona, pelos temperos exóticos e envolvência festiva.

Caso apeteça…

…um prego e uma imperial

No final da Rua Paiva Coelho, entra-se na Rua Manuel Teixeira de Sousa e, em frente ao parque de estacionamento, dá-se com a cervejaria Oficina ou “uma boa desculpa para parar e picar qualquer coisinha antes de ir embora”. O prego e o pica-pau são escolhas seguras, mas também há tábuas de carnes frias e enchidos que casam mesmo bem com uma imperial ou um copo de tinto.

Cervejaria Oficina. Rua Manuel Teixeira de Sousa, 11, Seixal. Tel.: 927380548

…ostras e um copo de branco

Junto à baía, vindo do Jardim dos Mártires da Liberdade em direcção à estátua do pescador, assim que se avista as bandeiras do Sporting Clube de Portugal, o conselho é parar e perguntar se há ostras. Em caso de resposta afirmativa, e clubismos à parte, na esplanada mesmo em cima do rio, agora sob a gestão do restaurante Ferro Velho, há sempre espaço para mais um. Ostras, um copo de branco da casa e vista de rio é um daqueles convites que não se recusa.

Bistro – Espaço Memória. Rua Paiva Coelho, 42, Seixal. Tel.: 910363899. Ostras 15€ (8 un.)

…peixe grelhado no ponto

Caso se entre pela Rua Paiva Coelho, o mais provável é ir-se ao engano e confundir o Café Central com um simples café. Mas quem vier pela Praça Luís de Camões dá logo com a grelha que prepara peixe fresco, chegado da lota todas as manhãs. O peixe do dia – que é “o que houver” – é honesto e chega à mesa com batatas e legumes cozidos, sem pretensão de ser mais do que um peixe grelhado no ponto, a um preço justo (desde 8€), e preparado com o respeito que o produto merece.

Café Central. Rua Paiva Coelho, 13, Seixal. Tel.: 212213630


4. PARA TOMAR UM COPO

Quando o plano é ir beber um copo, o destino da noite nem sempre é certo. Na zona histórica do Seixal, desde a cerveja artesanal num sítio da moda ao copo de vinho ao balcão, passando pelos cocktails de autor e pelos bares onde se come fora de horas, há opções para gostos diversos.

Na Praça dos Mártires da Liberdade, com esplanada e vista sobre a baía, o A Falua (Praça dos Mártires da Liberdade, 11, Seixal. 914865162) é um dos bares mais concorridos. Aqui coloca-se a questão: trabalhar com amigos, sim ou não? Daniel Manso e João Sá não hesitam na resposta. São amigos desde os tempos de escola e já cruzaram vários balcões, tanto a brindar, como a trabalhar. Entre as várias noites de copos na baía do Seixal, desenharam o sonho de abrir uma casa que servisse bons cocktails, copos de vinho e petiscos para picar noite dentro a amigos que, como eles, só queriam gargalhar juntos.

O sonho materializou-se em 2019. Os cocktails abrem a carta com várias opções – clássicos mas também de autor, como o gin sour de framboesa e manjericão ou o Falua, com vodka, pepino, hortelã, açúcar e clara de ovo. A garrafeira garante opções de várias regiões nacionais e na ementa há opções para petiscar, entre tostas, chouriço ou queijo da região.

Sobre a escolha do nome, João Sá admite, “Para nós não nos fazia sentido mudar”. “O espaço já se chama Falua há 31 anos. Já foi bar e pastelaria”, completa Daniel. “Antigamente os barcos eram mesmo aqui em frente, isto abria de manhã e fechava à noite.” Mantiveram não só o nome, como os traços da decoração, ligada à actividade náutica, que levou vários meses de obras de restauro.

Na rua de trás, a Praça Luís de Camões é o ponto de encontro de vários grupos. A oferta é variada e, mal o sol desce, as esplanadas montam-se, a música mistura-se e os amigos encontram-se. Numa das pontas desta praça, o Copofonia (Praça Luís de Camões, 54, Seixal. 918957661) já passou por várias mãos, mas, desde Outubro de 2019, quem lhe abre as portas são os irmãos Filipe e Rui Moreira. Prima sobretudo pelo cardápio de cervejas artesanais e internacionais, que dificilmente se encontram noutro bar das redondezas, mas também garante as marcas habituais. Se a noite pedir vinho, também o há em bom. A escolha musical passa pelos clássicos, sobretudo do rock, tentando sempre adoptar um estilo mais alternativo e menos comercial.

Uns metros adiante, o CBS (Praça Luís de Camões, 40, Seixal. 966892399) é um dos rostos mais familiares do Seixal. Pode até dizer-se que guarda um bocadinho de cada pessoa que por lá passa, já que, mal se entra, as paredes escritas do chão até ao tecto despertam a curiosidade e revelam aquilo que os clientes habituais já sabem: este é um bar feito de histórias. A esplanada dificilmente passa despercebida, cada cadeira de sua nação e cada mesa com o seu tema. Há mesas de moedas, mesas de rolhas de cortiça, mesas novas e velhas, de metal e de azulejos. Na carta estão as habituais cervejas e bebidas espirituosas, mas também há cocktails de autor para provar, como o CBS blue, com rum, batida de coco e natas.

Por último, uma chegada recente: O Confinado (Praça Luís de Camões, 57, Seixal. 938647258) abriu em Abril  de 2021 e decidiu abraçar as circunstâncias  e imprimi-las  no nome.  Aqui o plano não se faz só de imperiais, também há tábuas de  queijos e enchidos,  tostas e croquetes  de alheira, para compor a noite.


5. BRUNCHAR NA BAÍA

Já conquistou o seu espaço nas refeições do dia-a-dia e, apesar de ser mais apetecível ao fim-de-semana, não há nada de errado em querer um pequeno-almoço tardio e reforçado a qualquer dia da semana.

No Villa Três (Rua Manuel Teixeira de Sousa, 37, Seixal. 215863474), ao fim-de-se-mana, serve-se o brunch português e o brunch francês, além do brunch da casa (desde 7,50€). A maior diferença entre os dois é o pão de deus e o croissant, ou as tábuas de enchidos e as tábuas de queijos franceses. De resto, contam-se as opções habituais, como o iogurte natural com compota, mel e granola, a fruta, os ovos, sumo natural e o cesto de pão. Nesta casa, para além dos planos especiais de fim-de-se-mana, servem-se brunches clássicos todos os dias, entre as 11h e as 15h.

Apesar de a porta abrir para o cruzamento entre a ruas Manuel Teixeira de Sousa e Paiva Coelho, o Villa Três tem esplanada no Jardim da Praça dos Mártires da Liberdade, com vista para o rio.

Na outra ponta da rua, o Pavlova Café (Rua Paiva Coelho, 52, Seixal. 967370688) é desses que assume que o pequeno-almoço é quando uma pessoa quiser e serve brunch a qualquer hora do dia. A especialidade da casa, como o nome antecipa, são as pavlovas, mas os menus de brunch, percebe-se, foram pensados com carinho (desde 7€).

Há uma opção que traz tudo a dobrar e é ideal para partilhar, com vários tipos de pão, panquecas, bolo caseiro, Nutella, compota, queijo fresco de cabra, fruta e granola, ovos mexidos, bacon e sumos naturais, mas também há sugestões individuais, como o clássico English brunch, ou o brunch Amsterdam, com bagel, muffin, fiambre e queijo, doce, laranja e pepino, servido com uma bebida quente e sumo de laranja.

Os croissants recheados com doce de ovos, requeijão e mel ou doce de abóbora são os favoritos de quem já reclama esta casa como uma paragem obrigatória na zona histórica do Seixal.


6. ESPLANADAS PARA TODAS AS HORAS

Um passeio pela baía em dias quentes pede paragem numa esplanada, para um gelado, um doce ou uma sangria fresca. Na hora dessa merecida pausa, não faltam opções junto ao rio, abertas todo o dia.

Em frente à Quinta da Fidalga, a Brisa da Baía (Avenida da República, Arrentela. 917240460) integra o parque verde da Arrentela, junto à plataforma suspensa sobre a água, e garante um lugar privilegiado para apreciar a vista. O momento mais concorrido é, como seria de esperar, o pôr-do-sol, mas a ementa tem opções para qualquer altura do dia. Há saladas, tostas, panquecas, bowls de fruta, e pratos para quem chega com mais apetite, como o bacalhau à lagareiro ou o peito de frango crocante. Para beber, os sumos naturais, os batidos, os cocktails e as sangrias servem qualquer ocasião.

Seguindo junto ao rio até surgir a estátua erguida em homenagem ao pescador – símbolo de todos os homens que perderam a vida na faina –, encontra-se, alguns metros adiante, a pastelaria e gelataria Acqua Seixal (Avenida Dom Nuno Álvares Pereira, 93, Seixal. 939555772). As cadeiras de recosto da esplanada, que se encontram mesmo à beirinha da água, são o melhor poiso desta casa, mas é preciso alguma sorte para as apanhar vagas. Aqui servem-se gelados caseiros com coberturas gulosas – entre elas, caramelo salgado. Mas também há doces da região, como o pastel da fidalga e o violino. Se a fome apertar, há tostas, crepes e saladas, como a de salmão e a de queijo de cabra, mel e nozes. Os batidos e os sumos naturais acompanham as refeições.

O passeio continua e, chegando ao Jardim da Praça dos Mártires da Liberdade, a esplanada do Letras e Talheres (Avenida Dom Nuno Álvares Pereira, 41, Seixal. 910727086) é oficialmente a maior da baía, com quase 100 lugares. As mesas junto ao rio atraem grupos de amigos e casais, enquanto a zona junto ao parque infantil oferece os melhores lugares aos pais e avós que acompanham os miúdos. Os proprietários, Sandra Salema e Carlos Mesquita, fazem questão de não fixar uma hora de fecho, preferem arrumar a casa ao pôr-do-sol, já que aqui se respeita o ritmo descontraído da baía.

Na ementa há opções para qualquer hora do dia, com tostas, ovos, saladas, taças de fruta, iogurte e granola, panquecas e massas. Na secção “para elevar moderadamente o Espírito” estão as jóias da casa, seis sangrias de fruta – entre elas, a de morango e manjericão, e a de maracujá e hortelã, que já conquistaram a medalha oficiosa de “melhor sangria da baía” para alguns seixalenses.